Quando os críticos da Bíblia perguntam: "Como você pode crer na Bíblia, estando ela crivada de erros?", o que você responde? Muitos cristãos arremessam isso direto para a fé; apegam-se tenazmente à sua crença, não importando quanto possa haver de evidência em contrário. Entretanto, isso não só contraria as Escrituras como também é uma insensatez.
Êxodo
Extraído do livro: "Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e "Contradições" da Bíblia"
A bíblia se contradiz? (genesis):
http://rochaferida.blogspot.com/2011/08/ha-erros-na-biblia-genesis.html#ixzz1XDZBchiZ
Êxodo
ÊXODO 1:15 - Como
é que apenas duas parteiras puderam atender a tantas mulheres
hebréias?
PROBLEMA: De acordo com
Êxodo 12:37 e Números 1-4, o número dos filhos de Israel quando eles saíram do
Egito era de cerca de 2 milhões de pessoas. Isso significa que deveriam ser
centenas de milhares de mulheres. Entretanto, Êxodo 1:15 afirma que Faraó falou
com apenas duas parteiras hebréias, que eram Sifrá e Puá. Como é que apenas
duas parteiras poderiam dar conta de um número tão grande de mulheres?
SOLUÇÃO: Faraó falou apenas
com elas duas porque elas eram as líderes das parteiras das mulheres hebréias.
A história registra que a sociedade egípcia era altamente organizada. Havia
indivíduos que atuavam como supervisores em praticamente todas as profissões e
ofícios. Uma boa parte do comércio era regulamentado pelo governo, e os
artesãos tinham de se sujeitar ao oficial do governo de seu distrito. Foi
dentro desse tipo de estrutura que os israelitas tiveram de indicar aquelas
duas mulheres para atuarem como superintendentes de um grande número de
parteiras hebréias (cf. Êx 18:24-25). Esse tipo de estrutura organizacional
permitiu facilitar a interação com os oficiais egípcios. Quando Faraó ou um
oficial egípcio precisava comunicar alguma nova disposição a um grupo
profissional, isso era feito através de seus superintendentes.
ÊXODO 1:15-21 -
Como Deus poderia abençoar as parteiras hebréias, se elas desobedeciam a
autoridade governamental (Faraó), estabelecida por Deus, e a ela mentiam?
PROBLEMA: A Bíblia declara
que "não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que
existem foram por ele instituídas" (Rm 1.3:1). A Escritura diz também:
"Os lábios mentirosos são abomináveis ao Senhor" (Pv 12:22). Mas o
Faraó (rei) do Egito tinha dado uma ordem direta às parteiras hebréias
para matarem os meninos hebreus recém-nascidos. "As parteiros, porém,
temeram a Deus, e não fizeram como lhes ordenara o rei do Egito, antes
deixaram viver os meninos" (Êx 1:17).
As parteiras não apenas
desobedeceram a Faraó como também, quando ele as questionou a respeito de suas
ações, mentiram, dizendo: "É que as mulheres hebréias não são como as
egípcias; são vigorosas, e antes que lhes chegue a parteira já deram à luz os
seus filhos" (Êx 1:19). Apesar disso, Êxodo 1:20 afirma que Deus "fez
bem às parteiras... ele lhes constituiu família"(Êx 1:20-21). Como então
Deus pôde abençoar as parteiras por desobediência e mentira?
SOLUÇÃO: Não há dúvida de
que as parteiras desobedeceram a Faraó, por não matarem os meninos hebreus
recém-nascidos e por mentirem a Faraó com a história de que sempre chegavam
tarde demais para cumprirem as suas ordens. Não obstante, há uma justificativa
moral para o que elas fizeram. Primeiro, o dilema moral em que as parteiras se
achavam era inevitável. Ou elas obedeceriam à lei maior de Deus, ou obedeceriam
à obrigação secundária de se sujeitarem a Faraó. Em lugar de cometerem um
deliberado infanticídio das crianças de seu próprio povo, as parteiras
decidiram desobedecer às ordens de Faraó.
Deus nos ordena que obedeçamos à
autoridade governamental, mas ele nos ordena também que não assassinemos
ninguém (Êx 20:13). A salvação de vidas inocentes é uma obrigação maior do que
a obediência ao governo. Quando o governo nos ordena matar vítimas inocentes,
não devemos obedecer. Deus não considerou as parteiras responsáveis, nem assim
ele nos tratará sempre que a questão for não obedecer a uma obrigação menor
para atender a uma lei maior (cf. At 4; Ap 13). No caso das parteiras, a
lei maior referia-se à preservação da vida dos recém-nascidos.
Segundo, o texto claramente afirma
que Deus as abençoou "porque as parteiras temeram a Deus" (Êx
1:21). E foi o temor que elas tiveram por Deus que as levou a fazer o
que quer que fosse necessário para salvar vidas inocentes. Assim, a
falsa desculpa delas a Faraó foi uma parte essencial do esforço que
despenderam para salvar vidas.
Terceiro, a mentira delas é
comparável com sua desobediência a Faraó, para salvar a vida de recém-nascidos
inocentes. Este era um caso em que as parteiras tiveram de optar entre mentir
ou serem compelidas a matar bebês inocentes. Aqui também elas decidiram
obedecer à lei moral maior. A obediência aos pais faz parte da lei moral (cf.
Ef 6:1). Mas se um pai ou uma mãe dá ordens ao filho para assassinar uma pessoa
ou para adorar um ídolo, ele tem de recusar-se a obedecer. Jesus enfatizou a
necessidade de obedecer à lei moral superior quando disse: "Quem ama seu
pai ou sua mãe mais do que a mim não é digno de mim" (Mt 10:37).
ÊXODO 3:22 - Como
um Deus todo-amoroso pôde ordenar que os hebreus despojassem os egípcios de
suas riquezas?
PROBLEMA: Êxodo 3:22 afirma:
"e despojareis os egípcios". A Bíblia nos apresenta Deus como sendo
todo-amoroso. Entretanto, não parece ser um ato de amor esse o de mandar os
hebreus despojarem os egípcios.
SOLUÇÃO: Primeiro, afirmar
que Deus ordenou que eles despojassem os egípcios é não perceber bem o que o
texto diz. Na verdade, Deus ordenou que os hebreus "pedissem" aos
egípcios diversos bens de valor, e ele lhes daria favor aos olhos dos egípcios.
Assim, pedindo aos egípcios, eles não os estavam despojando. Despojar ou
saquear, nessa situação, significaria tomar as possessões deles por meio da
força. Mas por terem os hebreus pedido, e os egípcios dado voluntariamente, sem
serem forçados, o efeito seria o mesmo que se estes tivessem sido
despojados.
Segundo, o termo usado nesta
passagem não é a palavra usual para "despojar", mas indica a entrega
de alguma coisa ou de alguém. Esse termo foi usado aqui em sentido figurado.
Foi Deus que venceu os egípcios, e agora o seu povo é que despojaria o inimigo
derrotado. Entretanto, esse inimigo derrotado se dispôs a entregar o despojo da
vitória ao povo hebreu, que se libertava.
Terceiro, mesmo que fosse tomado de
forma literal, os presentes dados aos israelitas não poderiam ser considerados
como algo injusto, se for levado em conta que o povo de Israel permanecera como
escravo por vários séculos. Foi uma pequena compensação pelo tempo de trabalho
escravo no Egito.
ÊXODO 4:21 - Se
foi Deus que endureceu o coração de Faraó, por que este foi então considerado
responsável?
PROBLEMA: A Bíblia cita Deus
dizendo: "eu lhe endurecerei o coração [o coração de Faraó], para que não
deixe ir o povo". Se Deus endureceu o coração de Faraó, então este não
pode ser responsabilizado por seus atos, já que não os praticou segundo a sua
própria vontade, mas por ter sido forçado a isso (cf. 2 Co 9:7; 1 Pe 5:2).
SOLUÇÃO: Deus não endureceu
o coração de Faraó contrariamente ao que o próprio Faraó por sua livre vontade
determinou. A Escritura deixa claro que Faraó endureceu o seu coração. Ela
declara que "o coração de Faraó se endureceu" (Êx 7:13), que Faraó
"continuou de coração endurecido" (Êx 8:15) e que "o coração de
Faraó se endureceu"(Êx 8:19). Novamente, quando Deus enviou a praga das
moscas, "ainda esta vez endureceu Faraó o coração" (Êx 8:32). Esta
frase, ou uma equivalente, é repetida vez após vez (cf. Êx 9:7, 34-35).
De fato, exceto quando Deus o que
aconteceria (Êx 4:21), Faraó foi quem endureceu o seu próprio coração em
primeiro lugar (Êx 7:13; 8:15 ; 8:32 etc), e só mais tarde Deus o endureceu
(cf. Êx 9:12; 10:1, 20, 27).
Além disso, o sentido em que Deus
endureceu o coração de Faraó é semelhante ao modo pelo qual o sol endurece o
barro ou derrete a cera. Se Faraó tivesse sido receptivo às advertências de
Deus, o seu coração não teria sido endurecido por Deus. Mas quando Deus dava
alívio de cada praga, Faraó tomava vantagem da situação. "Vendo, porém,
Faraó que havia alívio, continuou de coração endurecido, e não os [a Moisés e
Arão] ouviu, como o Senhor tinha dito" (Êx 8:15).
A questão pode ser resumida como se
segue: Deus endurece o coração?
Deus não endurece o coração
|
Deus endurece o coração
|
Inicialmente
|
Subseqüentemente
|
Diretamente
|
Indiretamente
|
Contra o livre
arbítrio da pessoa
|
Por meio do
próprio livre arbítrio
|
Como sua causa
|
Como seu efeito
|
(Veja também a abordagem feita em Romanos
9:17.)
ÊXODO 4:24 - Com
quem Deus se encontrou na estalagem, e por que quis matar essa pessoa?
PROBLEMA: Êxodo 4:24 afirma:
"Estando Moisés no caminho, numa estalagem, encontrou-o o Senhor, e o quis
matar". Este versículo deixa claro que Moisés é quem estava ali, naquela
estalagem. Mas por que Deus quis matá-lo, já que ele o havia chamado para
liderar a saída do povo do Egito?
SOLUÇÃO: Primeiro, é claro
que Moisés tinha sido escolhido pelo Senhor a fim de ser o instrumento para
libertar o povo de Israel da escravidão egípcia e do poder de Faraó. Mas, por
fazer parte do povo da aliança de Deus, Moisés era obrigado a circuncidar seus
filhos no oitavo dia. Por uma razão ou outra, Moisés não tinha realizado o rito
da circuncisão no seu filho, que também fazia parte do povo da aliança do
Senhor. Não era possível Deus permitir que o libertador por ele escolhido a fim
de representá-lo para o povo de Israel não cumprisse os termos da aliança.
Aparentemente, Deus tomou essa drástica medida para fazer com que Moisés lhe
obedecesse, sabendo que Moisés por si não se dispunha a ir contra os desejos de
sua mulher Zípora. Ela fez então a circuncisão, talvez porque Moisés estivesse
impossibilitado, devido a uma enfermidade que o Senhor tinha trazido sobre ele.
Assim que a circuncisão foi feita, o Senhor não mais procurou matar
Moisés.
Segundo, é óbvio que o Senhor poderia
ter matado Moisés de repente, se esse fosse o seu intento nesse caso. Deus
certamente possuía o poder para fazer isso de imediato. O que aconteceu indica
claramente que o propósito de Deus era fazer com que Moisés cumprisse os seus
deveres. Deus obviamente não queria matá-lo. O que pretendia era que Moisés
obedecesse a sua lei e tivesse total compromisso com ela, já que ele era aquele
que estava para se tornar o grande instrumento de Deus, por meio de quem o
Senhor iria dar a sua lei.
ÊXODO 5:2 - Quem
foi o Faraó de Êxodo?
PROBLEMA: A posição
predominante dos eruditos nos dias de hoje é que o Faraó de Êxodo era Ramsés
II. Se assim for, isso significa que o êxodo ocorreu aproximadamente entre 1270
e 1260 a.C. Entretanto, de várias referências da Bíblia (Jz 11:26; 1 Rs 6:1; At
13:19-20), a data do êxodo é inferida como sendo 1447 a.C. Assim, de acordo com
o sistema de datas normalmente aceito, o Faraó de Êxodo seria Amenotep II. Quem
foi de fato o Faraó mencionado no livro de Êxodo, e quando foi que o êxodo
ocorreu?
SOLUÇÃO: Conquanto muitos
eruditos da atualidade tenham proposto uma data posterior para o evento do
êxodo, de 1270 a 1260 a.C, há evidências suficientes para se dizer que não é
necessário aceitar essa data, Uma explicação alternativa nos fornece um melhor
relato de todos os dados históricos, e coloca o êxodo por volta de 1447 a.C.
Primeiro, as datas
bíblicas para o êxodo o colocam nos anos em torno de 1400 a.C, já que 1 Reis
6:1 declara que ele ocorreu 480 anos antes do quarto ano do reinado de Salomão
(o que foi por volta de 967 a.C). Isso colocaria o êxodo por volta de 1447 a.C,
de acordo com Juízes 11:26, que afirma que Israel passou 300 anos na terra, até
o tempo de Jefté (o que foi cerca de 1000 a.C).
De igual modo,
Atos 13:20 diz ter havido 450 anos de juízes, de Moisés a Samuel, sendo que
este último viveu por volta de 1000 a.C. O mesmo ocorre com respeito aos 430
anos mencionados em Gálatas 3:17 (veja os comentários deste versículo),
abrangendo o período de 1800 a 1450 a.C. (de Jacó a Moisés). O mesmo número é
usado em Êxodo 12:40. Todas essas passagens indicam uma data em torno de 1400
a.C, não em torno de 1200 a.C, como os críticos afirmam.
Segundo, John Bimson e David
Livingston propuseram uma revisão da data tradicionalmente atribuída ao fim da
Idade do Bronze Média e início da Idade do Bronze Avançada, de 1550 para um
pouco antes de 1400 a.C. A Idade do Bronze Média caracterizava-se por cidades
grandemente fortificadas, cuja descrição se enquadra muito bem com o relato que
os espias trouxeram a Moisés (Dt 1:28). Isso
significa que a conquista de Canaã se deu por volta de 1400 a.C. Como as
Escrituras afirmam que Israel vagueou pelo deserto por cerca de 40 anos, isso
dataria o êxodo por volta de 1440 a.C, totalmente de acordo com a cronologia
bíblica. Se aceitarmos os registros tradicionais dos reinos dos Faraós, isso
significaria que o Faraó do livro de Êxodo foi Amenotep II, que reinou de cerca
de 1450 a 1425 a.C.
Terceiro, outra possível solução,
conhecida como a revisão de Velikovsky-Courville, propõe uma revisão na
cronologia tradicional dos reinados dos Faraós. Velikovsky e Courville afirmam
que há 600 anos a mais na cronologia dos reis do Egito. Evidências
arqueológicas podem ser juntadas para substanciar esta proposta que de novo
data o êxodo em 1440 a.C. De acordo com este ponto de vista, o Faraó nesse tempo
era o rei Tom. Isto se harmoniza com a afirmação de Êxodo 1:11, de que os
israelitas foram escravizados para construírem a cidade chamada Pitom
(residência de Tom). Quando a cronologia bíblica é tomada como padrão, todas as
evidências arqueológicas e históricas se encaixam direitinho. (Veja Geisler e
Brooks, When Skeptics Ask [Quando os Cépticos Questionam], Victor Books,
1990, cap. 9.)
ÊXODO 6:3 - Deus
já era conhecido pelo nome "Senhor" (Jeová ou Yahveh), mesmo antes do
tempo de Moisés?
PROBLEMA: Disse Deus a
Moisés: "Apareci a Abraão, a Isaque, e a Jacó, como o Deus Todo-Poderoso;
mas pelo meu nome, O Senhor, não lhes fui conhecido" (Êx 6:3). Entretanto,
a palavra "Senhor" [Jeová, Yahveh] aparece em Gênesis diversas vezes,
tanto em combinação com o termo "Deus": como "Senhor Deus"
(Gn 2:4, 5, 7, 8, 9,15 etc.) e, isoladamente, como "Senhor" (Gn 4:1,
3,4, 6,9 etc).
SOLUÇÃO: Esta dificuldade
pode ser explicada de várias maneiras. Alguns crêem que esta palavra -
"Senhor" - foi introduzida em Gênesis na forma de uma antecipação.
Outros sustentam que o pleno significado do nome não era conhecido
previamente, muito embora já estivesse em uso. Ou, talvez, algum traço da
personalidade do Deus que é fiel à sua aliança, indicado pelo nome
"Senhor" [Jeová, Yahveh], ainda não tivesse sido revelado, até o
tempo de Moisés. Outros ainda pensam que Moisés (ou um editor posterior)
colocou este nome no texto de Gênesis retrospectivamente, depois de ele ter
sido escrito. Seria como um biógrafo daquele famoso pugilista referindo-se à
infância de Muhammad Ali, embora o seu nome na realidade fosse Cassius Clay
naquela época. Corroborando com isso, há o fato de que o sufixo
"-ah"(que aparece em "Jeovah"), que se apõe a nomes,
geralmente não aparece em nomes anteriores ao tempo de Moisés.
ÊXODO 6:9 - Os
filhos de Israel ouviram Moisés ou desprezaram suas palavras?
PROBLEMA: O texto afirma que
"eles não atenderam a Moisés". Contudo, anteriormente (em Êx 4:31) é
dito que "o povo creu" [em Moisés], e até mesmo
"inclinaram-se" e "adoraram" a Deus.
SOLUÇÃO: No início, eles
aparentemente receberam Moisés de boa vontade, mas como não foram libertados de
mediato, desanimaram, impacientaram-se e não queriam mais ouvi-lo.
ÊXODO 6:10-13 -
Moisés foi chamado por Deus no Egito ou em Midiã?
PROBLEMA: Em Êxodo 3:10,
Deus revelou-se a Moisés e o comissionou a liderar a saída de Israel do Egito
(cf. 4:19). Entretanto, Êxodo 6:10-11 declara que Moisés estava no deserto de
Midiã quando Deus lhe disse para ir até o Faraó e pedir a libertação de Israel.
SOLUÇÃO: Moisés recebeu a
sua comissão em Êxodo 3-4, mas por causa da rejeição de Faraó (no capítulo 5),
acrescida ao fato da relutância inicial de Moisés diante de Deus (cf. 4:1,10),
foi necessário que Deus o encorajasse e reconfirmasse o seu chamado, em Êxodo
6.
ÊXODO 6:16-20 -
Como se explica que o povo de Israel tenha permanecido no Egito por 430 anos,
se houve apenas três gerações entre Levi e Moisés?
PROBLEMA: Êxodo 6:16-20
indica que houve apenas três gerações entre Levi, filho de Jacó, e Moisés.
Entretanto, Gaiatas 3:17 mostra que Israel permaneceu no Egito por 430 anos.
Como pode ter havido apenas três gerações entre Levi, que desceu ao Egito no
início desse período de 430 anos, e Moisés, que libertou Israel do Egito no
final desses 430 anos?
SOLUÇÃO: Primeiro, era uma
prática comum no antigo Oriente registrar genealogias de acordo com a tribo ou
clã familiar. Nessa forma de registro genealógico, muitas gerações poderiam ser
omitidas pelo fato talvez de algumas pessoas serem de menor importância na
árvore genealógica.
O hebraico não possuía uma palavra
que correspondesse ao nosso termo "avô" ou "bisavô", ou
"neto" ou "bisneto". Conseqüentemente, quando Abraão é
referido como "nosso pai", o único termo hebraico capaz de indicar
ser ele ancestral é o termo "pai". O mesmo se dá com a palavra
"filho". Por exemplo, Êxodo 6:16 afirma: "São estes os nomes dos
filhos de Levi... Gérson, Coate e Merari". Por tradição, estes são
considerados realmente filhos de Levi. Entretanto, quando Êxodo 6:18 declara:
"Os filhos de Coate: Anrão, Jizar, Hebrom e Uziel", Coate é dado como
o cabeça daquele ramo da tribo de Levi conhecido como "os coatitas".
Anrão, Jizar, Hebrom e Uziel provavelmente não eram filhos diretos de Coate,
mas descendentes deste. A língua hebraica empregou o termo "filho"
com o sentido de "descendente".
Segundo, de acordo com Números 3:28,
o censo da família dos coatitas registrou 8.600 pessoas, de um mês de idade
para cima. Se tivesse havido apenas três gerações entre Levi e Moisés, isto
significaria que "os filhos de Coate", Anrão, Jizar, Hebrom e Uziel
teriam de ter tido mais de 2.000 filhos cada um. Obviamente, ou o Anrão
mencionado no versículo 18 como filho de Coate não era o pai imediato de Moisés
- assim como também não era o mesmo Anrão mencionado no versículo 20 -, ou
então houve de fato muitos outros descendentes de Coate que simplesmente não
estão relacionados nestes versículos, porque tal informação não é essencial
dentro do contexto. De qualquer modo, é claro que houve mais do que três
gerações entre Levi e Moisés.
ÊXODO 6:26-27 - É
verdade que alguém mais, além de Moisés, escreveu estes versículos?
PROBLEMA: As referências a
Moisés e Arão nos versículos 26 e 27 estão escritas na terceira pessoa:
"São estes Arão e Moisés" e "São estes os que falaram..."
Se Moisés foi o autor desta passagem, por que ele não falou de si mesmo usando
a primeira pessoa?
SOLUÇÃO: Esta passagem, que
começa no versículo 14 do capítulo 6, é um relato objetivo e histórico das
genealogias dos ancestrais de Moisés e Arão. Nesse tipo de redação, o costume é
o autor, quando faz referência a si mesmo, usar a terceira pessoa. Muitos
escritos antigos seguem essa maneira de relatar fatos históricos, tais como Gallic
Wars (Guerras Gaulesas) e Civil Wars (Guerras Civis), de Júlio
César. Com efeito, ficaria algo estranho se, no meio deste registro histórico,
Moisés tivesse escrito: "Foi a Arão e a mim que o Senhor disse...";
ou: "Arão e eu fomos falar com Faraó..." Para as futuras gerações dos
leitores hebreus, Moisés queria que o seu registro genealógico ficasse bem
claro, de forma que ninguém se equivocasse quanto à identidade e origem daquele
que Deus escolhera para libertar Israel da escravidão do Egito.
ÊXODO 7:11 - Como
é que os sábios e encantadores de Faraó puderam realizar os mesmos atos de
poder que Deus ordenara a Moisés para fazer?
PROBLEMA: Várias passagens
em Êxodo (7:11,22; 8:7) declaram que os sábios, encantadores e magos de Faraó,
com os seus encantamentos, reproduziram os mesmos feitos que Deus ordenara a
Moisés e Arão para realizar. Entretanto, Moisés e Arão afirmaram que tinham
sido
enviados pelo
Senhor Deus. Como puderam então aqueles homens realizar os mesmos atos de poder
que Moisés e Arão fizeram pelo poder de Deus?
SOLUÇÃO: A Bíblia indica
que uma das táticas de Satanás no seu esforço de enganar a humanidade é
empregar falsos milagres (veja Ap 16:14). Êxodo 7:11 afirma: "Faraó,
porém, mandou vir os sábios e encantadores; e eles, os sábios do Egito, fizeram
também o mesmo com as suas ciências ocultas". Cada um dos versículos
semelhantes afirma isso com palavras equivalentes. A passagem declara que os
feitos dos magos de Faraó eram realizados "com as suas ciências
ocultas", com seus encantamentos.
Alguns comentaristas dizem que o que
os magos fizeram eram apenas fraudes. Talvez os magos tivessem encantado
cobras, tornando-as enrijecidas, deixando-as com a aparência de varas. Quando
lançadas ao chão, elas teriam saído do seu transe, movendo-se como serpentes.
Alguns dizem que aqueles foram atos de Satanás, que realmente fez com que as
varas dos magos se tornassem cobras. Isso, entretanto, não é plausível, em
vista do fato de que apenas Deus pode criar vida, como até mesmo os magos
posteriormente reconheceram (Êx 8:18-19).
Qualquer que seja a explicação que
se possa dar àqueles feitos, um ponto em comum prevalece em cada relato e é
encontrado no próprio texto. Está claro que, seja por que poder aqueles atos
foram realizados, não foi pelo poder de Deus. Eles foram realizados por meio de
"suas ciências ocultas". O propósito de tais atos era convencer Faraó
de que os seus magos possuíam tanto poder quanto Moisés e Arão, e que não era
necessário que Faraó se rendesse ao seu pedido para deixar ir o povo de Israel.
Isso funcionou pelo menos nos três primeiros encontros (a vara de Arão, a praga
do sangue e a praga das rãs). Entretanto, quando Moisés e Arão, pelo poder de
Deus, fizeram aparecer piolhos do pó da terra, os magos não conseguiram
realizar esse milagre. Puderam apenas dizer: "Isto é o dedo de Deus"
(Êx 8:19).
Há vários pontos pelos quais se pode
discernir a diferença entre um sinal satânico e um milagre de Deus:
MILAGRE DE DEUS
|
SINAL SATÂNICO
|
Sobrenatural
|
Fora do normal
|
Ligado à verdade
|
Ligado ao erro
|
Associado com o
bem
|
Associado com o
mal
|
Nunca
relacionado com o ocultismo
|
Normalmente
associado com o ocultismo
|
Sempre
bem-sucedido
|
Às vezes falha
|
Estas diferenças podem ser vistas nas
passagens de Êxodo mencionadas . Embora os magos aparentemente puderam
transformar suas varas em serpentes, suas varas foram devoradas pela de Arão,
indicando superioridade por parte deste. Embora os magos tenham podido
transformar água em sangue, eles não conseguiram reverter o processo. Embora
eles tenham podido fazer aparecer rãs, não puderam livrar-se delas. Os seus
atos foram atos fora do normal, mas não sobrenaturais.
Conquanto os magos não tenham podido
copiar alguns dos milagres de Moisés e Arão, seu propósito estava ligado ao
engano. Basicamente eles copiaram os milagres feitos pelos homens escolhidos
por Deus com o objetivo de convencer Faraó de que o Deus dos hebreus não era
mais poderoso do que os deuses do Egito. Embora os magos de Faraó tenham sido
capazes de copiar os três primeiros milagres realizados por Deus, através de
Moisés e Arão, chegou um momento em que os seus encantamentos não mais foram
capazes de imitar o poder de Deus.
ÊXODO 7:19 - Como
Israel pôde escapar desse juízo, se ele veio para toda a terra do Egito?
PROBLEMA: Diversas vezes, no
relato das pragas, a Escritura afirma que o juízo cairia sobre "toda a
terra do Egito" (7:19; 8:16, 24; 9:22). Entretanto, outras passagens
declaram que Deus protegeu Israel dos efeitos das diferentes pragas (8:22). Não
é uma contradição algumas passagens dizerem que as pragas afetariam toda a
terra do Egito, e outras indicarem que Israel não foi atingida por essas
pragas?
SOLUÇÃO: No hebraico, a
palavra normalmente traduzida por "todo" ou "toda" não tem
um sentido necessariamente absoluto. O contexto é que determina se o termo deve
ser entendido como absoluto ou não. Deus disse a Moisés que este se
certificasse de que Faraó sabia que Israel não estava sendo atingido pelas
pragas que estavam sendo trazidas sobre o Egito. "Dize-lhe: ...Naquele
dia, separarei a terra de Gósen, em que habita o meu povo, para que nela não
haja enxames de moscas, e saibas que eu sou o Senhor no meio desta terra"
(Êx 8:20,22).
O versículo 24 diz: "E vieram
grandes enxames de moscas à casa de Faraó, e às casas dos seus oficiais, e
sobre toda a terra do Egito". Entretanto, de acordo com a mensagem
de Deus dada a Faraó, isso não afetou a terra de Gósen nem os israelitas.
Encontramos isso de novo noutra passagem (9:6), que afirma: "E o Senhor o
fez no dia seguinte, e todo o rebanho dos egípcios morreu; porém, do rebanho
dos israelitas não morreu nem um".
No contexto dos juízos de Deus sobre
o Egito, há uma clara distinção entre o povo de Faraó e o povo de Deus. Não há
contradição entre essas referências, pois os juízos de Deus foram sobre toda a
terra dos egípcios, sobre todo o povo de Faraó, mas Deus separou e protegeu o
seu povo desses terríveis eventos.
ÊXODO 7:20 - Se
Moisés transformou toda água em sangue, onde os magos conseguiram água para
realizar esse mesmo prodígio?
PROBLEMA: Êxodo 7:20 afirma
que "toda a água do rio se tornou em sangue" por meio de Moisés. Mas
logo em seguida, no versículo 22, o texto diz que os magos do Egito realizaram
o mesmo feito, o que seria impossível se de fato Moisés tivesse transformado toda
água em sangue.
SOLUÇÃO: Primeiro, deve-se
observar que o termo "toda" não precisa ser entendido com um sentido
absoluto, mas tendo o sentido popular de "a maior parte". Além disso,
não é dito que Moisés tenha transformado toda água em sangue, mas somente toda
"a água do rio" (Êx 7:20). Ainda havia poços de água que não tinham
sido atingidos. Também, parte da água pode ter sido filtrada pela areia nas
margens do rio. Isto pode explicar por que é dito que os egípcios "cavaram
junto ao rio para encontrar água que beber" (v. 24), tendo a areia servido
como um filtro natural da água do rio.
ÊXODO 9:19-21 - Se
todo o gado morrera, como então houve sobreviventes?
PROBLEMA: Êxodo 9:6 afirma
que "todo o rebanho dos egípcios morreu" na quinta praga. Contudo, em
alguns versículos depois é dada uma instrução para que eles recolhessem o seu
gado e tudo o que tinham no campo (v. 19). Mas se todo o rebanho morrera, como
é que houve sobreviventes?
SOLUÇÃO: Em primeiro lugar,
o termo "todo" com freqüência é usado com o sentido de "a maior
parte". Ademais, a praga aparentemente foi limitada ao gado "no
campo" (v. 3). Os animais nos currais não teriam sido atingidos.
Finalmente, a palavra "gado" geralmente não se refere a cavalos,
jumentos e camelos, que devem ter sido parte do "rebanho" que foi poupado.
Em vista desses
fatores, não há contradição entre as passagens. Nem mesmo se pode presumir,
tendo-se uma postura racional, que o mesmo autor, dentro do mesmo capítulo,
tendo dado uma descrição tão impressionante do que aconteceu, fosse
contradizer-se.
ÊXODO 11:3 - Como
pôde Moisés ter escrito tais palavras de auto-elogio?
(Veja os
comentários de Números 12:3.)
ÊXODO 12:29 - Se
Deus é amor, como pôde ele matar os primogênitos de todos os egípcios?
PROBLEMA: Êxodo 12:29-30
descreve aquela terrível noite quando Deus feriu, na terra do Egito,
"desde o primogênito de Faraó, que se assentava no seu trono, até o
primogênito do cativo que estava na enxovia; e todos os primogênitos dos
animais". Esse juízo miraculoso foi levado ao Egito porque Faraó se
recusara a deixar o povo ir. Entretanto, o povo do Egito não tinha controle
sobre os atos de Faraó. Como um Deus de amor poderia então ferir os
primogênitos dos egípcios, que não eram responsáveis pelas decisões de Faraó?
SOLUÇÃO: Primeiro, não é
certo presumir que, pelo fato de o povo egípcio não ter tido controle sobre as
decisões de Faraó, eles eram completamente inocentes. Cada pessoa egípcia teve,
de certo, a oportunidade de, por toda a dura prova dada por Deus sobre o Egito,
fugir para Moisés e os hebreus atrás de proteção daqueles juízos. De fato,
Êxodo 12:38 afirma que "subiu também com eles [os filhos de Israel] um
misto de gente".
Sem dúvida, muitos egípcios
juntaram-se aos hebreus em decorrência dos juízos de Deus. O fato de que a
maioria não quis se voltar ao Deus vivo, mesmo depois daquelas nove pragas
anteriores, indica que eles não eram apenas observadores inocentes.
Segundo, simplesmente porque o povo
egípcio não mudou o pensamento de Faraó, não quer dizer que esse povo não
poderia tê-lo feito. Embora o poder do povo seja severamente limitado num
regime ditatorial, como o do Egito, pode-se admitir que o povo poderia ter se
revoltado, ou para forçar Faraó a mudar de idéia, ou para destituí-lo. De fato,
Êxodo 12:33 afirma: "Os egípcios apertavam com o povo, apressando-se em
lançá-los fora da terra".
Até esse ponto, o povo egípcio
aparentemente não fez esforço algum para apressar a saída dos hebreus daquela
terra. Os egípcios obviamente estavam contentes em deixar essas questões nas
mãos do seu rei. Por agirem assim, eles não eram inocentes das decisões que
foram tomadas pelo seu rei. O juízo de Deus não se dirigiu somente a Faraó ou
aos chefes de estado da terra, mas ao Egito como um todo, já que eles eram
igualmente responsáveis pela opressão e escravidão imposta ao povo de Deus.
ÊXODO 14:21-29 -
Como foi que dois milhões de pessoas puderam atravessar o Mar Vermelho num
tempo tão curto?
PROBLEMA: De acordo com o
relato da travessia do Mar Vermelho, toda aquela multidão de israelitas
fugitivos deve ter tido não mais do que 24 horas para atravessar a parte do Mar
Vermelho que Deus preparou para que por ela passassem. Entretanto, de acordo
com os números disponíveis, havia cerca de dois milhões de pessoas (veja Nm
1:45-46). Mas, para uma multidão desse tamanho, 24 horas não seriam suficientes
para a travessia.
SOLUÇÃO: Primeiro, embora a
passagem possa dar a idéia de que o tempo necessário para que a nação de Israel
fizesse aquela travessia fosse curto, esta não é uma conclusão obrigatória. O
texto afirma que Deus fez com que um forte vento oriental soprasse e recuasse
as água "toda aquela noite" (Êx 14:21).
O versículo 22 parece indicar que
logo na manhã seguinte a multidão de israelitas começou a caminhada pelo leito
feito dentro do mar. O versículo 24 afirma também: "Na vigília da manhã, o
Senhor... viu o acampamento dos egípcios". Finalmente, de acordo com o
versículo 26, Deus disse a Moisés: "Estende a mão sobre o mar, para que as
águas se voltem sobre os egípcios". Entretanto, não há referência alguma
sobre o tempo em que este comando foi dado, e não é obrigatória a conclusão de
que Israel tenha completado a ultrapassagem naquela mesma manhã.
Segundo, mesmo que admitamos que a
travessia tenha levado 24 horas, isso não é assim tão impossível como pode
parecer. A passagem não diz que o povo cruzou o mar numa fila indiana, ou que
tenham tido de passar por uma faixa de terra seca da largura de uma rodovia dos
nossos dias. De fato, é muito mais provável que Deus tenha aberto uma secção de
alguns quilômetros de largura no mar. Isso certamente estaria de acordo com a
situação, já que é muito provável que o acampamento dos israelitas nas margens
do Mar Vermelho se estendesse por uns cinco quilômetros. Quando chegou a hora
de o povo marchar sobre solo seco, provavelmente eles se moveram como uma
grande multidão, avançando como um exército que estivesse invadindo as linhas
do inimigo.
Em Êxodo 13:18, o mar é chamado de
Mar Vermelho. Em hebraico é yam suph, que pode ser traduzido por
"Mar dos juncos". Esta era possivelmente uma referência a uma parte
do mar bem mais ao norte do que hoje se chama Golfo de Suez. Parece ser este o
caso, por várias razões. Primeiro, o Golfo de Suez não era conhecido por ter
juncos. Segundo, ele é muito mais ao sul do que Pi-Hairote e Migdol, onde
Israel acampou junto ao mar, de acordo com o versículo 2. Terceiro, para que
Israel atingisse a extremidade mais ao norte do Golfo de Suez, eles teriam de
ter atravessado uma grande extensão de deserto, e tal tipo de jornada não é
indicado no texto.
O Mar de juncos não era simplesmente
uma extensão de terra pantanosa e rasa. Isto é evidente por pelo menos duas
razões. Primeiro, o versículo 22 afirma que quando o mar foi repartido,
"as águas lhes foram qual muro à sua direita e à sua esquerda". Isso
obviamente não aconteceria se o mar fosse apenas um pântano. Segundo, depois
que os egípcios entraram pelo mar em perseguição a Israel, Deus instruiu Moisés
a estender a mão sobre o mar, e as águas voltaram ao seu nível normal e
"cobriram os carros e os cavalarianos de todo o exército de Faraó, que os
haviam seguido no mar" (14:28). Esta não teria sido uma descrição correta
se o "Mar de juncos" fosse simplesmente uma extensão de terra
pantanosa e rasa.
É possível que o mar tenha sido o
que se conhecia como o Lago Ballah. Este lago, embora tenha desaparecido em
decorrência da construção do Canal de Suez, provavelmente não tinha mais do que
20 ou 25 quilômetros de largura. É claro que não haveria problema algum para
que toda aquela multidão pudesse atravessar esta distância em um dia.
Mesmo que suponhamos que Israel
tenha atravessado pela parte mais larga do Golfo de Suez, isto também não é um
problema. Se admitirmos que a extensão atual do golfo é comparável com a sua
extensão naquele tempo, é provável que ele tivesse, em média, não mais do que
65 quilômetros. Teria sido necessário caminhar a uma velocidade inferior a 3
quilômetros por hora para cruzar aquela extensão de 65 quilômetros em 24 horas.
ÊXODO 20:4 - Por
que Deus deu o mandamento de não fazer imagens de escultura, se ele mesmo
ordenou que fossem feitos dois querubins para a Arca da Aliança?
(Veja os
comentários de Êx 25:18.)
ÊXODO 20:5a - Deus
fica com ciúmes?
PROBLEMA: A Bíblia não
apenas diz que Deus é um "Deus zeloso", mas declara também que
"o nome do Senhor é Zeloso; sim, Deus zeloso é ele" (Êx 34:14). Ora,
ser zeloso não é ter ciúmes? E o ciúme não é pecado? Assim, se Deus é
absolutamente santo, então como pode ser ele ciumento?
SOLUÇÃO: Deus é
"ciumento" no bom sentido da palavra; ou melhor, ele é zeloso,
como o texto de nossa versão diz, e não "ciumento" no sentido comum
da palavra. Ele é zeloso pelo amor e devoção do seu povo (cf. Êx 20:5). Paulo
falou de um "zelo de Deus" (2 Co 11:2). Esses versículos que falam do
zelo de Deus estão todos no contexto da idolatria. Como um verdadeiro ser que
ama, Deus zela para que ninguém roube a devoção que lhe dá aquele a quem ele
ama.
O zelo de Deus não é por causa de
algo que não lhe pertença; pelo contrário, o seu zelo é para a proteção do que
de fato lhe pertence, a saber, a sua total supremacia. Não é pecado Deus
reivindicar lealdade de suas criaturas, porque ele é o Criador e sabe
que é melhor para elas não fazerem um compromisso decisivo com o que nada
representa (ídolos). Somente um compromisso total com aquele que tudo
representa é que satisfará completamente o coração humano. Deus é zeloso para
proteger isso.
ÊXODO 20:5 - Deus
pune uma pessoa pelos pecados de outra?
(Veja os
comentários de Ezequiel 18:20.)
ÊXODO 20:8-11 -
Por que os cristãos fazem culto no domingo, já que o mandamento separa o dia de
sábado como o dia para o culto a Deus?
PROBLEMA: Este mandamento
estabelece que o sétimo dia da semana, o sábado, é o dia que o Senhor
escolheu como o dia de descanso e de culto. Entretanto, no NT a igreja cristã
começou a cultuar e a descansar no primeiro dia da semana, no domingo. Os
cristãos não estão violando o mandamento do sábado por cultuarem a Deus no
primeiro dia da semana, e não no sétimo dia?
SOLUÇÃO: Primeiro, a base
para o mandamento de observar o sábado, como estabelecido em Êxodo 20:11, é que
Deus descansou no sétimo dia, depois de seis dias de trabalho, e que ele
abençoou e santificou o sétimo dia. O dia do sábado foi instituído como um dia
de descanso e culto. O povo de Deus deveria seguir o exemplo do próprio Deus,
no seu trabalho e descanso. Entretanto, como Jesus disse, corrigindo a visão
distorcida dos fariseus, "O sábado foi estabelecido por causa do homem, e
não o homem por causa do sábado" (Mc 2:27). O que Jesus quis dizer é que o
sábado não foi instituído para escravizar as pessoas, mas para beneficiá-las. O
espírito da observância do sábado é preservado no NT com a observância do
descanso e do culto no primeiro dia da semana.
Segundo, deve-se lembrar que, de
acordo com Colossenses 2:17, o sábado era uma "sombra das coisas que
haviam de vir; porém o corpo é de Cristo". A observância do sábado
estava associada com a redenção citada em Deuteronômio 5:15, onde Moisés
determinou: "porque te lembrarás que foste servo na terra do Egito, e que
o Senhor teu Deus te tirou dali com mão poderosa, e braço estendido: pelo que o
Senhor teu Deus te ordenou que guardasses o dia de sábado". O sábado era
uma sombra da redenção que viria com Cristo; simbolizava o descanso de nossas
obras e a entrada no descanso que Deus propiciou com a sua obra consumada.
Finalmente, embora os princípios
morais expressos nos mandamentos sejam reafirmados no NT, o mandamento de
separar o sábado como o dia de descanso e de culto a Deus é o único mandamento
que não é repetido. Há muito boas razões para isso. Os crentes do Novo
Testamento não estão debaixo da Lei do AT (Rm 6:14; Gl 3:24-25). Pela
ressurreição de Jesus no primeiro dia da semana (Mt 28:1), por suas contínuas
aparições em vários domingos (Jo 20:26), e pela descida do Espírito Santo num
dia de domingo (At 2:1), a igreja primitiva passou a cultuar no domingo,
regularmente (At 20:7; 1 Co 16:2).
O culto no domingo foi ainda
consagrado pelo Senhor quando ele apareceu a João naquela última grande visão
"no dia do Senhor" (Ap 1:10). É por estas razões que os
cristãos cultuam no domingo, em vez de o fazerem no sábado dos judeus.
ÊXODO 20:13 - Como
pôde Deus dar o mandamento de não matar, se depois, em Êxodo 21:12, ele ordenou
que os assassinos fossem mortos?
PROBLEMA: Nos Dez Mandamentos,
Deus proíbe matar, ao dizer: "Não matarás". Entretanto, em Êxodo
21:12 Ele ordenou que aquele que ferisse um outro homem, e este morresse,
deveria também ser morto. Isto não é uma contradição, Deus ordenar que
não matemos, e depois ordenar que matemos?
SOLUÇÃO: Uma grande
confusão tem surgido por causa da incorreta tradução do sexto mandamento, que
assim dá a entender o que de fato não foi comandado por Deus. A palavra
hebraica usada na proibição deste mandamento não é a palavra usual para
"matar" (harag). A palavra usada é o termo específico para
"assassinar" (ratsach). Uma tradução mais adequada deste
mandamento seria: "Não assassinarás". Ora, Êxodo 21:12 não é um
mandamento para que se assassine alguém, mas é um mandamento para se aplicar a
pena capital no caso desse crime capital. Não há contradição alguma entre o
mandamento que diz que as pessoas não devem cometer o crime do assassinato e o
mandamento que diz que as autoridades estabelecidas devem executar a pena
capital no caso desse tipo de crime.
ÊXODO 20:24 - O
altar era feito de terra ou de madeira?
PROBLEMA: Segundo
Êxodo 20:24, o altar era construído de terra, mas em Êxodo 27:1 ele
era construído de "madeira de acácia".
SOLUÇÃO: O altar em si era
apenas uma cavidade feita de acácia, e era coberto com bronze (Êx 27:2). Mas,
quando era usado, nele se colocava terra ou pedras para formar um leito para as
brasas.
ÊXODO 21:22-23 -
Esta passagem mostra que um ser ainda não nascido tem menos valor do que um ser adulto?
PROBLEMA: De acordo com algumas
traduções da Bíblia, este texto ensina que, se dois homens brigarem, e a mulher
de um deles tiver um aborto, o responsável "será obrigado a indenizar
segundo o que lhe exigir o marido da mulher" (v. 22). Mas, se da briga
resultar a morte da mulher, a penalidade seria a pena capital (v. 23). Isto não
prova então que o feto não era considerado um ser humano, como o era a mãe?
SOLUÇÃO: Antes de mais
nada, há aqui uma tradução inadequada. O grande erudito em hebraico, Umberto
Cassuto, traduziu este texto corretamente, da seguinte maneira:
"Se homens
brigarem, e ferirem não intencionalmente uma mulher com criança, e seus filhos
forem dados à luz, porém sem maior dano - isto é, nem a mulher nem as crianças
morrerem -aquele que feriu será obrigado a indenizar segundo o que lhe exigir o
marido da mulher; e pagará como os juízes lhe determinarem. Mas, se houver dano
grave, isto é, a mulher ou as crianças morrerem, então, darás vida por
vida." {Commentary on the Book of Exodus - Comentário do Livro de
Êxodo - Magnes Press, 1967).
A tradução acima torna o sentido bem
claro. É uma passagem de peso contra o aborto, afirmando que um feto tem o
mesmo valor que um ser humano adulto.
Segundo, a palavra hebraica (yatsa),
erroneamente traduzida pelo verbo "abortar", na verdade significa
"sair" ou "dar à luz". No AT, é a palavra regularmente
empregada com o sentido de dar à luz com vida. De fato, ela não tem nenhum
emprego no sentido de "aborto provocado", embora tenha o sentido de
dar à luz um natimorto. Mas nessa passagem, como em praticamente todos os
textos do AT, a referência é a um nascimento com vida, embora prematuro.
Terceiro, há uma outra palavra
hebraica para "aborto" (shakol), que não é usada. Já que ela
era disponível e não foi empregada, tendo sido preferida a palavra que expressa
um nascimento com vida, não há razão para supor que o sentido não seja
realmente este: o de dar à luz uma criança com vida.
Quarto, a palavra usada com
referência a que a mulher deu à luz é yeled, que significa
"criança". A Bíblia usa a mesma palavra para "bebês" e para
"criancinhas" (Gn 21:8; Êx 2:3). Daí, o não nascido é considerado
um ser humano igual a uma criancinha.
Quinto, se qualquer dano
acontecesse, seja para a mãe, seja para o filho, a mesma punição era devida:
"vida por vida" (v. 23). Isso demonstra que o feto possuía o mesmo
valor que sua mãe.
Sexto, outras
passagens do AT ensinam que o feto é um ser humano em seu sentido mais completo
(veja os comentários de Salmo 51:5 e 139:13ss). O NT confirma esta mesma
posição (cf. Mt 1:20; Lc 1:41,44).
ÊXODO 21:29-30 -
Por que a pena de morte era comutada, no caso de alguns assassinos?
PROBLEMA: Números 35:31
ordena: "Não aceitareis resgate pela vida do homicida, que é culpado de
morte: antes, será ele morto". Entretanto, com respeito ao culpado, Êxodo
21:30 diz: "Se lhe for exigido resgate, dará então como resgate da sua
vida tudo o que lhe for exigido". Mas, no que diz respeito à punição de
assassinos, estas instruções se contradizem.
SOLUÇÃO: A razão da
diferença está claramente estabelecida no texto -num caso, tratava-se de um
assassinato intencional e, no outro, era apenas um homicídio devido a uma
negligência. No primeiro caso havia malícia, mas no segundo não
havia intenção de cometer o mal. De fato, neste último, o culpado realmente
não tinha ele mesmo tirado a vida de outra pessoa. Ele simplesmente fora
negligente ao confinar um touro que tinha a fama de chifrar as pessoas (Êx
21:28-29). Então, nesse caso, uma multa podia ser aplicada no lugar da pena de
morte.
ÊXODO 23:19 - Por
que foi proibido cozer o filhote no leite de sua própria mãe?
PROBLEMA: Este versículo
ordena: "Não cozerás o cabrito no leite da sua própria mãe" (Êx
23:19). O que isso significa, e por que esta ordem foi dada aos israelitas?
SOLUÇÃO: Aqui há duas
perguntas distintas, que precisam ser separadas. Primeiro: o que esta
passagem quer dizer? Segundo: por que Deus se opôs a que eles assim
procedessem? A resposta à primeira pergunta é fácil. Cada palavra da sentença
está bem clara. Os israelitas sabiam exatamente o que fazer. Eles não deveriam
nunca cozinhar um filhote de cabrito no leite de sua mãe. Assim, não havia
absolutamente problema algum relacionado ao que Deus não queria que eles
fizessem. O problema real é o porquê da questão: por que Deus proibiu
isso? Os comentaristas dão várias possíveis razões:
1. Porque seria uma prática idolatra.
2. Porque seria uma prática do ocultismo, feita
para tentar fazer com que a terra se tornasse mais produtiva.
3. Porque seria cruel destruir um filhote de cabrito
no próprio leite que o sustentava.
4. Porque leite e carne juntos não têm uma
fácil digestão.
5. Porque demonstraria desprezo para com o
relacionamento mãe e filho.
6. Porque simbolicamente profanaria a Festa da
Colheita.
7. Porque Deus queria que cozinhassem com óleo
de oliva, e não com manteiga.
8. Porque seria uma luxúria, um ato de
epicurismo.
A verdade é que não sabemos ao certo
por que Deus deu essa ordem. Mas isso realmente não tem importância, já que os
israelitas sabiam exatamente o que eles não deveriam fazer, mesmo não
entendendo bem o porquê. Assim, embora haja dificuldade em se entender o
propósito da passagem, não é difícil entender o seu significado. Ela
significa exatamente o que diz.
ÊXODO 24:4 - Foi
realmente Moisés quem escreveu isto, já que vários eruditos modernos dizem que
a autoria é de várias pessoas?
PROBLEMA: Críticos eruditos
modernos, acompanhando Julius Wellhausen (século XIX), afirmam que os
cinco primeiros livros do AT foram escritos por várias pessoas, identificadas
como J (Jeovista), E (Eloimista), S (sacerdotista) e D (deuteronomista),
dependendo de quais seções refletem a característica peculiar de tais supostos
autores. Entretanto, este versículo declara que "Moisés escreveu todas as
palavras do Senhor" (Êx 24:4). Com efeito, muitos outros versículos na
Bíblia atribuem este livro a Moisés (veja os itens 6 e 9 a seguir).
SOLUÇÃO: Aqui temos outro
exemplo de que a crítica negativa da Bíblia está errada. Há uma evidência muito
forte de que foi mesmo Moisés quem escreveu Êxodo. Primeiro, nenhuma outra
pessoa daquela época tinha o tempo, o interesse e a habilidade para compor esse
registro histórico.
Segundo, Moisés foi testemunha
ocular dos eventos e, como tal, estava qualificado para descrevê-los. Com efeito,
o que está escrito é um relato expressivo de quem viu com os próprios olhos os
espetaculares acontecimentos descritos, tais como a travessia do Mar Vermelho e
O recebimento dos Dez Mandamentos.
Terceiro, o mais antigo ensinamento
judeu atribui este livro a Moisés. Isso acontece no Talmude judeu, bem como
assim procederam vários escritores judeus, entre os quais Filo e Josefo.
Quarto, o autor demonstra possuir um
conhecimento detalhado da geografia do deserto (cf. Ex 14). Isso é altamente
improvável para qualquer um que, diferentemente de Moisés, não tivesse muitos
anos de experiência de vida naquela área. Isso também é verdade com relação ao
conhecimento do autor quanto aos costumes e práticas do povo descrito em Êxodo.
Quinto, o livro declara explicitamente
que "Moisés escreveu todas as palavras" (Êx 24:4). Se não fosse ele
que tivesse escrito, então isso seria uma mentira, que não poderia ser aceita,
e não poderia ser a Palavra de Deus.
Sexto, o sucessor de Moisés, Josué,
declarou que foi Moisés quem escreveu a Lei. De fato, quando Josué assumiu a
liderança depois de Moisés, ele exortou o povo de Israel dizendo que eles não
deveriam deixar de falar desse "Livro da Lei" (Js 1:8), e que
deveriam ter "o cuidado de fazer segundo toda a lei que... Moisés...
ordenou" (Js 1:7).
Sétimo, uma série de personagens do
AT, depois de Moisés, atribuiu o livro de Êxodo a ele, inclusive Josué (1:7-8);
Josias (2 Cr 34:14); Esdras (6:18); Daniel (9:11) e Malaquias (4:4).
Oitavo, Jesus citou Êxodo 20:12, com
a seguinte introdução: "Pois Moisés disse" (Mc 7:10 cf. Lc 20:37).
Assim, ou Cristo está certo, ou os críticos é que estão. Como há forte
evidência de que Cristo é o Filho de Deus, a questão é clara (veja Geisler and
Brooks, When Skeptics Ask - Quando os Cépticos Perguntam -, 1990,
capítulo 6).
Nono, o apóstolo Paulo declarou:
"Moisés escreveu que o homem que praticar a justiça decorrente da lei
viverá por ela" (Rm 10:5, citando Ez 20:11). Temos assim base na
autoridade apostólica e na autoridade de Cristo para assegurar que foi Moisés
quem escreveu Êxodo.
ÊXODO 24:9-11 -Já
que Deus disse em Êxodo 33:20: "homem nenhum verá a minha
face, e viverá", como essas pessoas puderam vê-lo?
PROBLEMA: Êxodo 24:9-11
registra que Moisés, Arão, Nadabe, Abiú e setenta dos anciãos de Israel subiram
ao monte de Deus e "viram o Deus de Israel". Entretanto, Êxodo
19:12-13 diz que as pessoas nem mesmo podiam tocar na base do monte sem que com
isso morressem. E em Êxodo 33:20 Deus diz que ninguém poderá vê-lo e continuar
a viver. Como então estas pessoas puderam subir no monte e ver Deus, e
continuar vivas?
SOLUÇÃO: Primeiro, deve-se
observar que Deus os convidou para irem vê-lo. Em Êxodo 19:12-13 Deus disse a
Moisés para estabelecer os limites em volta do monte, de forma que ninguém tocasse
em sua base, sob pena de morte. Entretanto, Deus especificamente convidou
alguns para subirem o monte, a fim de consagrá-los ao serviço para o qual eles
tinham sido indicados, e para selar a aliança que havia sido estabelecida entre
Deus e a nação de Israel.
Segundo, está claro pela descrição e
por outras passagens das Escrituras (Êx 33:20; Nm 12:8; Jo 1:18) que o que
essas pessoas viram não foi a essência de Deus, mas sim uma representação
visual da glória de Deus. Mesmo quando Moisés pediu para ver a glória de
Deus (Êx 33:18-23), foi somente a semelhança de Deus que ele viu (cf. Números
12:8, em que é empregada a palavra temunah - "semelhança"), e
não a essência de Deus propriamente dita.
ÊXODO 24:10 - Deus
pode ser visto?
PROBLEMA: De acordo com este
versículo, Moisés e os anciãos "viram o Deus de Israel". Contudo,
Deus disse a Moisés que ele não podia ver a face de Deus (Êx 33:20), e João
deixa bem claro: "Ninguém jamais viu a Deus"_(Jo 1:18).
SOLUÇÃO: Deus não pode se
conhecido direta nesta vida e completamente. "Porque agora vemos como em
espelho obscuramente, então veremos face a face; agora conheço em parte, então
conhecerei como também sou conhecido" (1 Co 13:12). Deus pode ser
conhecido "por meio das coisas que foram criadas" (Rm 1:20), mas ele
não pode ser conhecido em si mesmo. O seguinte contraste resume os modos pelos
quais Deus pode e não pode ser conhecido:
COMO DEUS NÃO
PODE SER CONHECIDO
|
COMO DEUS
PODE SER CONHECIDO
|
Completamente
|
Parcialmente
|
Diretamente
|
Indiretamente
|
Em si mesmo
(Sua essência)
|
Por meio da criação
(Seus efeitos)
|
Como Espírito
|
Encarnado em Cristo
|
Conquanto seja verdade que
"Ninguém jamais viu a Deus" [em sua essência], conforme João 1:18,
não obstante o seu Filho unigênito o revelou. Assim, Jesus pôde dizer:
"Quem me vê a mim, vê o Pai" (Jo 14:9).
ÊXODO 25:18ss - Se
é errado fazer imagens de escultura, por que então Deus ordenou a Moisés que
fizesse uma?
PROBLEMA: Deus claramente
ordenou em Êxodo 20:4: "Não farás para ti imagem de escultura, nem
semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas
águas debaixo da terra".
Contudo, Moisés é
instruído por Deus a fazer "dois querubins de ouro; de ouro batido"
(v. 25:18). Se é errado fazer qualquer tipo de imagem, então por que Deus
ordenou que Moisés fizesse imagens para pôr na arca da aliança?
SOLUÇÃO: A proibição de se
fazer imagens de escultura foi especificamente determinada no contexto da
adoração a ídolos. Há, então, várias razões pelas quais fazer um querubim não
conflita com o mandamento de não se curvar diante de imagens esculpidas.
Primeiro, não havia como o povo de Israel dobrar-se diante do querubim, no
Santo dos Santos, já que as pessoas eram proibidas de entrar naquele
lugar a qualquer tempo. Até mesmo o sumo sacerdote ia ao Santo dos Santos
somente uma vez por ano, no Dia da Expiação (Lv 16).
Além disso, a proibição não é de se
fazer qualquer imagem de escultura para fins decorativos, mas de fazer imagens
para qualquer tipo de adoração religiosa. Em outras palavras, a ordem
era para não adorar nenhum outro Deus nem imagem de qualquer deus. Aqueles
querubins não foram dados a Israel como imagens de Deus, mas de anjos. Nem
foram dados para serem adorados. Daí a conclusão de que não há como a ordem de
fabricá-los possa violar o mandamento de Êxodo 20.
Finalmente, a proibição em Êxodo 20
não foi contra a arte religiosa como tal, o que inclui coisas no céu (anjos) e
na terra (homens e animais). Ela foi contra o uso de qualquer imagem
como ídolo. Que se pode depreender que o texto tinha em mente a idolatria é
evidente, pelo fato de haver a instrução: "não te encurvarás a elas, nem
as servirás" (Êx 20:5, SBTB). A distinção entre o uso não-religioso e o
uso religioso de imagens é importante:
O USO DE IMAGENS
PROIBIDO
|
PERMITIDO
|
Objeto de adoração
|
Não um objeto de adoração
|
Designadas pelo homem
|
Designadas por Deus
|
Com propósito religioso
|
Com propósito educacional
|
Para representar a essência de Deus
|
Para afirmar a verdade
|
Sem qualificações
|
Com qualificações
|
Até mesmo a linguagem utilizada para
referir-se a Deus na Bíblia contém imagens. Ele tanto é pastor como pai.
Mas essas duas imagens qualificam-no de forma apropriada, Deus não é
simplesmente um pai qualquer. Ele é o nosso Pai Celestial. De igual modo, Jesus
não é um mero pastor, mas o Bom Pastor, que deu a sua vida por suas ovelhas (Jo
10:11). Nenhuma imagem finita, sem qualificação, pode ser aplicada
apropriadamente ao Deus infinito. Fazer isso é idolatria. E ídolos são ídolos,
quer sejam mentais ou de metais.
ÊXODO 31:17 - Deus
pode se cansar?
(Veja os
comentários de Gênesis 2:1.)
ÊXODO 31:18 - Deus
tem dedos?
PROBLEMA: Este versículo diz
que as tábuas dos Dez Mandamentos foram "escritas pelo dedo de Deus".
Mas a Bíblia diz também com firmeza que "Deus é espírito" (Jo 4:24) e
que espíritos não têm "carne nem ossos"(Lc 24:39). Como, então, pode
Deus ter dedos?
SOLUÇÃO: No sentido
literal, Deus não tem dedos. A expressão "dedo de Deus" é uma figura
de linguagem que indica o envolvimento direto de Deus na produção dos Dez
Mandamentos. Essa figura é chamada de antropomorfismo (falar de Deus com termos
humanos).
A Bíblia usa muitas figuras de
linguagem ao referir-se a Deus, inclusive "braço" (Dt 7:19),
"asas" (SI 91:4) e "olhos" (Hb 4:13). Nenhum desses casos
deve ser tomado literalmente, embora todos eles descrevam alguma coisa exata e
verdadeira sobre Deus. Por exemplo, embora na verdade Deus não possua braços,
ele pode e estende verdadeiramente a sua força, para fazer grandes coisas que,
se fossem feitas por homens, requereriam fortes braços.
ÊXODO 32:14 - Deus
muda de idéia?
PROBLEMA: Enquanto Moisés
estava no monte recebendo a Lei de Deus, o povo estava ao pé do monte adorando
um bezerro de ouro que tinham construído (32:4-6). Quando Deus instruiu Moisés
a descer até eles, o Senhor lhe disse que os consumiria, fazendo de Moisés
"uma grande nação" (32:10). Moisés, porém, ao ouvir isso, suplicou ao
Senhor que abrandasse a sua ira. O versículo 14 diz: "Então se arrependeu
o Senhor do mal que dissera havia de fazer ao povo". Isso quer dizer,
então, que Deus mudou de idéia. Entretanto, em 1 Samuel 15:29, Deus diz que
"não é homem, para que se arrependa"; e em Malaquias 3:6 ele diz:
"Porque eu, o Senhor, não mudo". Ainda, no NT, Deus demonstrou a
"imutabilidade do seu propósito"(Hb 6:17), fazendo um juramento.
Afinal, Deus muda ou não muda de idéia?
SOLUÇÃO: Tem-se de
sustentar enfaticamente que Deus não muda (cf. Ml 3:6; Tg 1:17). Ele não muda
de idéia, nem sua vontade ou natureza. Há vários argumentos que demonstram a
imutabilidade de Deus. Vamos considerar apenas três.
Primeiro, para que alguma coisa
mude, algo tem de ser feito numa ordem cronológica. Tem de haver um ponto antes
e outro ponto depois da mudança. Tudo o que passa por um "antes" e um
"depois" existe no tempo, porque a essência do tempo é vista pelo
progresso cronológico de uma situação anterior para uma posterior. Entretanto,
Deus é eterno e está fora do tempo (Jo 17:5; 2 Tm 1:9). Então, não pode haver
em Deus uma série de "anteriores" e "posteriores"; logo,
ele não pode mudar, porque a mudança necessariamente envolve um
"antes" e um "depois".
Segundo, toda mudança é para uma
situação melhor ou pior, pois uma mudança que não faça diferença não é uma
mudança. Ou alguma coisa necessária é obtida, a qual anteriormente não se fazia
presente, o que é uma mudança para melhor; ou alguma coisa que se tem e que é
necessária é perdida, o que é uma mudança para pior. Mas, se Deus é perfeito,
ele de nada necessita; portanto ele não pode mudar para melhor. E se Deus fosse
perder alguma coisa, então ele não permaneceria perfeito; portanto Ele não pode
mudar para pior. Assim, Deus não muda.
Terceiro, quando alguém muda de
idéia, é porque recebeu uma nova informação, da qual não tinha conhecimento
anteriormente, ou porque as circunstâncias mudaram de forma a requerer uma
atitude ou ação diferente. Mas, se Deus mudou de idéia, não pode ser porque ele
ficou sabendo de qualquer nova informação que desconhecia anteriormente, porque
Deus é onisciente - ele sabe todas as coisas (Sl 147:5). Portanto, tem de ser
porque as circunstâncias mudaram e demandam uma atitude ou ação diferente. Mas
se as circunstâncias mudaram, isso não significa necessariamente que Deus tenha
mudado de idéia. Significa apenas que, como as circunstâncias mudaram, o relacionamento
de Deus com a nova realidade é diferente. Porque as circunstâncias, e não Deus,
mudaram.
Quando Israel estava ao pé do monte,
envolvido numa adoração a um ídolo, Deus disse a Moisés que a sua ira estava
ardendo contra os filhos de Israel e que ele se dispunha a destruí-los num
juízo. Entretanto, quando Moisés intercedeu por eles, as circunstâncias
mudaram. A atitude de Deus para com o pecado é sempre a ira, mas a sua atitude
para com aqueles que o invocam é sempre de misericórdia. Antes de Moisés orar
por Israel, eles estavam sob o juízo de Deus. Porém, a intercessão de Moisés
pelo povo de Israel levou-os a ficar sob a misericórdia de Deus. O Senhor não
mudou. O que mudou foram as circunstâncias.
A linguagem empregada nesta
passagem é chamada antropomórfica. É semelhante a uma pessoa que, movendo-se de
um lado para outro, diga: "Agora a casa está à minha direita", e
depois: "Agora a casa está à minha esquerda". Essas afirmações não
querem dizer que a casa se moveu. É que a linguagem, sob a perspectiva de
alguém, está descrevendo que a pessoa mudou a sua posição em relação àquela
casa. Quando Moisés disse que Deus se arrependeu, essa foi uma forma figurativa
de descrever que a intercessão de Moisés teve êxito em mudar o relacionamento
do povo de Israel com Deus. Ele tirou a nação do juízo de Deus e a trouxe para
a misericórdia de sua graça. Deus não muda, nem muda de idéia, nem de vontade;
sua natureza é imutável.
ÊXODO 33:3 - Deus
mudou de idéia quanto a ir com os israelitas até a Terra Prometida?
PROBLEMA: Deus declara:
"eu não subirei no meio de ti" (Êx 33:3). Contudo, mais tarde Deus
foi com eles de forma poderosa e vitoriosa, levando-os à vitória sob o comando
de Josué (veja Josué 1-11).
SOLUÇÃO: Essas passagens
falam de tempos diferentes. A primeira refere-se à primeira geração de
israelitas, a segunda fala da segunda geração que creu em Deus e que seguiu
Josué até a terra. Nem todas as advertências (ou promessas) de Deus são
incondicionais. Esta, em particular, foi condicional. Deus iria com eles se e
quando eles confiassem no Senhor (o que a segunda geração fez); mas Deus não
iria com eles se e quando eles não confiassem nele (o que a primeira geração
fez). O propósito irreversível de Deus de levá-los à Terra Prometida dava lugar
a certas condições temporárias que poderiam ser alteradas de forma que tal
propósito fosse atingido. (Quanto a Deus mudar de idéia, veja também a questão
anterior).
ÊXODO 34:20 - Os
animais imundos deveriam ser mortos ou resgatados com dinheiro?
PROBLEMA: Números 18:15-16
instrui que animais imundos deveriam ser resgatados com dinheiro. Mas Êxodo
tinha ordenado que fossem mortos. Como conciliar esta divergência?
SOLUÇÃO: Aparentemente Deus instruiu
Moisés a modificar a lei anterior para propiciar benefícios para o santuário. O
dinheiro teria mais utilidade do que muitos animais. Assim, a essência da
primeira lei estava sendo aplicada de uma maneira diferente, devido às
circunstâncias. Na verdade, a obediência à primeira lei é que deve ter
ocasionado a necessidade da segunda. Deve ter havido excesso de animais
doados para o serviço do tabernáculo, quando se tinha grande necessidade de
outras coisas que o dinheiro podia comprarExtraído do livro: "Manual Popular de Dúvidas, Enigmas e "Contradições" da Bíblia"
A bíblia se contradiz? (genesis):
http://rochaferida.blogspot.com/2011/08/ha-erros-na-biblia-genesis.html#ixzz1XDZBchiZ
O americano Nigel Barber, estudioso das religiões, explica o fato de os ateus apresentarem QI (Quociente de Inteligência) mais elevado do que os religiosos.
ResponderExcluirBarber disse que a vantagem de QI dos ateus se deve muito às boas condições sociais dos países em que vivem, diferentemente do que ocorre onde há mais crentes.
Ele observou que o fraco QI de religiosos é consequência, em alguns países, de décadas de baixo nível de renda e de escolaridade, elevado índice de doenças infecciosas (elas comprometem o funcionamento do cérebro), alimentação deficitária e menor rigor no controle dos poluentes ambientais (alguns deles, como o chumbo, reduzem o QI de uma geração para outra).
A primeira vez em que uma coisa foi associada a outra ocorreu em 2001, quando os pesquisadores Lynn e Vanhanen publicaram estudo sobre o QI médio dos habitantes de 81 países.
No Brasil, o médico Drauzio Varella já tinha comentado o chamado efeito Flynn segundo o qual o QI aumenta em curtos intervalos de tempo, na medida em que as nações de desenvolvem. Varella deu credibilidade a esse estudo considerando que o cérebro é o órgão que mais consome energia, sendo de 87% em recém-nascido, 44% aos cinco anos; 34% aos dez; 23% nos homens e 27% nas mulheres adultas.
Barber comprovou que os investimentos em educação ajudam a elevar o QI da população e, consequentemente, reduz a religiosidade das pessoas.
A educação melhora o pensamento racional e oferece às pessoas mecanismos não místicos para compreender o mundo. Em suma, a educação proporciona às pessoas a oportunidade de buscar uma alternativa racional para o dogma religioso.
Lógicamente não dá para afirmar que a inteligência leva as pessoas a rejeitaram a crença, porque se trata de uma questão complexa, com muitas variantes. Mas é óbvio que as pessoas mais inteligentes não aceitam alguns dos rituais mais improváveis exigidos pelas religiões.
Óbvia resposta:
ResponderExcluirA Bíblia foi escrita pelo homem e não por Deus, e tudo que é humano tem falhas.
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ResponderExcluiro mundo naceu de uma esplosao todo perfeiçao e tedalhe e depois os burros sao os cristao se manca ateus DEUS O SENHOR EXISTE E JESUS IRA VOLTAR
ResponderExcluirSE PREPAREM AMEM
Igualzinho na TV:
ResponderExcluirMostram o problema e já vem com a solução em mãos.
A Bíblia é um belo LIVRO, escritos por homens. A linguagem era outra, não cabe aos dias atuais. E usava-se muito de analogias, fora suas distorções ao longo do tempo.
Mas Cristo Jesus veio sim, e deu a letra. Tem gente que entende a mensagem e vive tranquilo; o ruim são aqueles que querem ser "Os Entendedores" da palavra e ficam inventando argumentos para defenderem seus dogmas...
[Anderson Roberto]