Muitos têm indagações sobre o contexto da Bíblia, suas divisões e materiais empregados em sua elaboração. Este capítulo irá pô-lo a par do processo de escrita da Bíblia e, creio eu, fará o leitor apreciar ainda mais a Palavra de Deus.
A impossibilidade de recuperar muitos dos antigos manuscritos (um manuscrito é, neste sentido, uma cópia à mão das Escrituras) se deve basicamente aos materiais perecíveis empregados na escrita da Bíblia.
Segundo F. F. Bruce, “há muito, todos… os autógrafos se perderam. Isto não poderia ser diferente, pois tendo sido escritos em papiros (como já vimos) somente em condições excepcionais teriam duração maíor,\ 15/176
Kirsopp Lake assinala que “é difícil resistir à conclusão de que os escribas geralmente destruíam seus exemplares após copiarem os Livros Sagrados”. 53/345, 346 Dentre os antigos materiais de escrita, o mais comum era o papiro, feito da planta do mesmo nome. Esse junco crescia nos rios e lagos de pouca profundidade, existentes no Egito e na Síria. Grandes carregamentos de papiros eram despachados através do porto sírio de Byblos. Supõe-se que a palavra grega para livro (biblos) tenha origem no nome desse porto. A palavra portuguesa “papel” vem da palavra grega papyros, isto é, papiro.
The Cambridge History ofthe Bible (A História da Bíblia, de Cam-bridge) relata como se preparava o papiro para a escrita: ‘Retiravam-se as películas que envolvem o caule. Essas películas eram cortadas no sentido longitudinal em fitas estreitas, sendo então socadas e prensadas em várias camadas, sendo que cada camada era disposta perpendicularmente em relação à camada de baixo. Quando seca, a superfície esbranquiçada era polida com uma pedra ou outro objeto. Plínio menciona diversos tipos de papiro que foram achados, de diferentes espessuras e superfícies, produzidos antes do período do Novo Império, quando as folhas eram freqüentemente bem delgadas e translúcidas”. 38/30
O mais antigo fragmento de papiro de que se tem notícia é de 2400 a.C. 37/19 Os mais antigos manuscritos foram escritos em papiro, e era difícil a preservação de qualquer um desses papiros, exceto em regiões secas, como as áreas desérticas do Egito, ou em cavernas semelhantes às de Qumran, onde foram achados os rolos do mar Morto.
O uso do papiro era bem comum até por volta do século terceiro depois de Cristo. 37/20
Essa palavra designa “peles preparadas de ovelhas, cabras, antílopes e outros animais”. Essas peles eram “tosadas e raspadas” a fim de se obter um material mais durável para a escrita.
F.F. Bruce escreve que “a palavra “pergaminho’ tem origem no nome da cidade de Pérgamo, na Ária Menor, pois a produção desse material para escrita esteve, numa certa época, especialmente associada ao local”. 15/11
Era o nome dado à pele de filhotes de diversos animais. Freqüentemente o velino era atingido de púrpura. Alguns dos manuscritos que temos hoje em dia são velino cor-de-púrpura. Geralmente os caracteres escritos sobre o velino purpúreo eram prateados ou dourados.
J. Harold Greenlee informa que os mais antigos rolos de peles de animais são de aproximadamente 1500 a.C. 37/21
Ôstraco. Fragmento de cerâmica não-esmaltada, bastante usado entre o povo em geral. Esses fragmentos têm sido encontrados em abundância no Egito e na Palestina (Jó 2:8).
Pedras, que eram escritas com canetas de ferro.
Tabletes de argila inscritos com um instrumento pontiagudo e, então, secados a fim de se ter um registro definitivo (Jeremias 17:13; Ezequiel 4:1). Eram os mais baratos e um dos mais duráveis materiais para escrita.
Tabletes de cera. Um estilete de metal era usado para escrever num pedaço plano de madeira recoberto com cera.
Um instrumento de ferro para entalhar as pedras.
“Usava-se o estüeto, um instumento triangular com uma cabeça plana, para fazer marcas nos tabletes de argila e de cera”. 32/228.
Era feita de “juncos (juncus maritimis). com 15 a 40 centímetros de comprimento, sendo que uma das extremidades era cortada de modo a produzir o formato de cinzel achatado, a fim de que se pudesse fazer traços grossos ou finos com as beiradas largas ou estreitas. A pena de junco esteve em uso na Mesopotâmia desde o início do primeiro milênio (a.C), sendo que é bem possível que tenha sido adotada em outros lugares, enquanto que a idéia de uma pena de ave parece ter vindo dos gregos, no século três a.C.” (Jeremias 8:8). 38/31
A pena era usada para escrever em velino, pergaminho e papiro.
Eram folhas de papiro coladas uma ao lado da outra, formando longas tiras, e, então, enroladas num bastão. O tamanho do rolo era limitado por causa da dificuldade de seu uso. Geralmente se escrevia só de um lado. Um roloescrito dos dois lados tem o nome de “opistógrafo” (Apocalipse 5:1). Conhecem-se alguns rolos com 43 metros de comprimento, mas em geral, os rolos tinham entre seis e dez metros.
Não é de surpreender que Calímaco, pessoa cuja função consistia em catalogar os livros da biblioteca de Alexandria, tenha dito que “um livro grande é um grande transtorno”‘ 62/5
A fim de tornar a leitura mais fácil e menos desajeitada, as folhas de papiro foram montadas em forma de livro, sendo escritas em ambos os lados. Greenlee afirma que o cristianismo foi o principal motivo para o desenvolvimento de formato do códice, ou volume manuscrito antigo.
Os escritores clássicos escreveram em rolos de papiro até aproximadamente o século três depois de Cristo.
Letras maiúsculas deliberadas e cuidadosamente desenhadas, própias para livros. Os códices Vaticano e Sinaítico são manuscritos unciais.
“Uma escrita de letras menores, cursivas… criadas com vistas à produção de livros”. 62/9 A mudança de unciais para minúsculas teve início no século nove. 62/9
Os manuscritos gregos eram escritos sem quaisquer espaços entre as palavras. (Até 900 AD. o hebraico era escrito sem vogais, quando os massoretas introduziram a vocalização.)
Bruce Metzger responde o seguinte àqueles que falam da dificuldade de um texto contínuo: “Não se deve, todavia, pensar que essas ambigüidades ocorram com muita freqüência no grego. Nessa língua a regra é que, com bem poucas exceções, as palavras vernáculas só podem terminar em vogai (ou em ditongo) ou em uma dentre três consoantes: n, r e s (ni, rô e sigma) Além do mais, não se supõe que a escrita contínua apresentasse dificuldades excepcionais na hora da leitura, pois, na antigüidade, aparentemente era costume ler em voz alta, mesmo quando se estivesse sozinho. Assim, apesar da inexistência de espaço entre as palavras, ao pronunciar, sílaba por sílaba, o que estava lendo, a pessoa logo se acostumava a ler o texto em escrita contínua”. 62/13
As primeiras divisões foram feitas em 586 a.C, quando o Pentateuco foi dividido em 154 partes (sedarim).
Cinqüenta anos depois foi secionado em mais 54 divisões (paraslú-yyoth) e em 669 segmentos menores, para facilitar a localização de referências. Essa divisão era usada num ciclo de leitura durante um ano.
Os gregos fizeram divisões por volta de 250 A.D. O mais antigo sistema de divisão de capítulos data de aproximadamente 350 A.D., nas margens do códice “Vaticano”. 62/22 Geisler e Nix informam que “não foi senão no século treze que essas seções foram mudadas… Estêvão Langton, um professor da Universidade de Paris e, posteriormente, arcebispo de Cantuária, dividiu a Bíblia no atual sistema de capítulos (cerca de 1227 A.D.)”. 32/231, 232
Os primeiros sinais indicativos de versículos variavam desde espaços entre palavras até letras ou números. As primeiras divisões padronizadas de versículos sugiram por volta de 900 A.D.
A Vulgata Latina foi a primeira Bíblia a incorporar tanto a divisão de versículos como a de capítulos, tanto no Antigo como no Novo Testamento.
Extraído do livro EVIDÊNCIA QUE EXIGE UM VEREDITO, Josh McDowelI
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MATERIAL PARA ESCRITA
Papiro
A impossibilidade de recuperar muitos dos antigos manuscritos (um manuscrito é, neste sentido, uma cópia à mão das Escrituras) se deve basicamente aos materiais perecíveis empregados na escrita da Bíblia.
Segundo F. F. Bruce, “há muito, todos… os autógrafos se perderam. Isto não poderia ser diferente, pois tendo sido escritos em papiros (como já vimos) somente em condições excepcionais teriam duração maíor,\ 15/176
Kirsopp Lake assinala que “é difícil resistir à conclusão de que os escribas geralmente destruíam seus exemplares após copiarem os Livros Sagrados”. 53/345, 346 Dentre os antigos materiais de escrita, o mais comum era o papiro, feito da planta do mesmo nome. Esse junco crescia nos rios e lagos de pouca profundidade, existentes no Egito e na Síria. Grandes carregamentos de papiros eram despachados através do porto sírio de Byblos. Supõe-se que a palavra grega para livro (biblos) tenha origem no nome desse porto. A palavra portuguesa “papel” vem da palavra grega papyros, isto é, papiro.
The Cambridge History ofthe Bible (A História da Bíblia, de Cam-bridge) relata como se preparava o papiro para a escrita: ‘Retiravam-se as películas que envolvem o caule. Essas películas eram cortadas no sentido longitudinal em fitas estreitas, sendo então socadas e prensadas em várias camadas, sendo que cada camada era disposta perpendicularmente em relação à camada de baixo. Quando seca, a superfície esbranquiçada era polida com uma pedra ou outro objeto. Plínio menciona diversos tipos de papiro que foram achados, de diferentes espessuras e superfícies, produzidos antes do período do Novo Império, quando as folhas eram freqüentemente bem delgadas e translúcidas”. 38/30
O mais antigo fragmento de papiro de que se tem notícia é de 2400 a.C. 37/19 Os mais antigos manuscritos foram escritos em papiro, e era difícil a preservação de qualquer um desses papiros, exceto em regiões secas, como as áreas desérticas do Egito, ou em cavernas semelhantes às de Qumran, onde foram achados os rolos do mar Morto.
O uso do papiro era bem comum até por volta do século terceiro depois de Cristo. 37/20
Pergaminho
Essa palavra designa “peles preparadas de ovelhas, cabras, antílopes e outros animais”. Essas peles eram “tosadas e raspadas” a fim de se obter um material mais durável para a escrita.
F.F. Bruce escreve que “a palavra “pergaminho’ tem origem no nome da cidade de Pérgamo, na Ária Menor, pois a produção desse material para escrita esteve, numa certa época, especialmente associada ao local”. 15/11
Velino
Era o nome dado à pele de filhotes de diversos animais. Freqüentemente o velino era atingido de púrpura. Alguns dos manuscritos que temos hoje em dia são velino cor-de-púrpura. Geralmente os caracteres escritos sobre o velino purpúreo eram prateados ou dourados.
J. Harold Greenlee informa que os mais antigos rolos de peles de animais são de aproximadamente 1500 a.C. 37/21
Outros Materiais para Escrita
Ôstraco. Fragmento de cerâmica não-esmaltada, bastante usado entre o povo em geral. Esses fragmentos têm sido encontrados em abundância no Egito e na Palestina (Jó 2:8).
Pedras, que eram escritas com canetas de ferro.
Tabletes de argila inscritos com um instrumento pontiagudo e, então, secados a fim de se ter um registro definitivo (Jeremias 17:13; Ezequiel 4:1). Eram os mais baratos e um dos mais duráveis materiais para escrita.
Tabletes de cera. Um estilete de metal era usado para escrever num pedaço plano de madeira recoberto com cera.
INSTRUMENTOS PARA A ESCRITA
Cinzel
Um instrumento de ferro para entalhar as pedras.
Estilete de Metal
“Usava-se o estüeto, um instumento triangular com uma cabeça plana, para fazer marcas nos tabletes de argila e de cera”. 32/228.
Pena
Era feita de “juncos (juncus maritimis). com 15 a 40 centímetros de comprimento, sendo que uma das extremidades era cortada de modo a produzir o formato de cinzel achatado, a fim de que se pudesse fazer traços grossos ou finos com as beiradas largas ou estreitas. A pena de junco esteve em uso na Mesopotâmia desde o início do primeiro milênio (a.C), sendo que é bem possível que tenha sido adotada em outros lugares, enquanto que a idéia de uma pena de ave parece ter vindo dos gregos, no século três a.C.” (Jeremias 8:8). 38/31
A pena era usada para escrever em velino, pergaminho e papiro.
A tinta geralmente era uma mistura de “carvão, cola e água”. 15/13
As Formas dos Livros Antigos
ROLOS
Eram folhas de papiro coladas uma ao lado da outra, formando longas tiras, e, então, enroladas num bastão. O tamanho do rolo era limitado por causa da dificuldade de seu uso. Geralmente se escrevia só de um lado. Um roloescrito dos dois lados tem o nome de “opistógrafo” (Apocalipse 5:1). Conhecem-se alguns rolos com 43 metros de comprimento, mas em geral, os rolos tinham entre seis e dez metros.
Não é de surpreender que Calímaco, pessoa cuja função consistia em catalogar os livros da biblioteca de Alexandria, tenha dito que “um livro grande é um grande transtorno”‘ 62/5
FORMA DE CÓDICE OU LIVRO
A fim de tornar a leitura mais fácil e menos desajeitada, as folhas de papiro foram montadas em forma de livro, sendo escritas em ambos os lados. Greenlee afirma que o cristianismo foi o principal motivo para o desenvolvimento de formato do códice, ou volume manuscrito antigo.
Os escritores clássicos escreveram em rolos de papiro até aproximadamente o século três depois de Cristo.
Tipos de Escrita
ESCRITA UNCIAL
Letras maiúsculas deliberadas e cuidadosamente desenhadas, própias para livros. Os códices Vaticano e Sinaítico são manuscritos unciais.
MINÚSCULA CAROLINA
“Uma escrita de letras menores, cursivas… criadas com vistas à produção de livros”. 62/9 A mudança de unciais para minúsculas teve início no século nove. 62/9
Os manuscritos gregos eram escritos sem quaisquer espaços entre as palavras. (Até 900 AD. o hebraico era escrito sem vogais, quando os massoretas introduziram a vocalização.)
Bruce Metzger responde o seguinte àqueles que falam da dificuldade de um texto contínuo: “Não se deve, todavia, pensar que essas ambigüidades ocorram com muita freqüência no grego. Nessa língua a regra é que, com bem poucas exceções, as palavras vernáculas só podem terminar em vogai (ou em ditongo) ou em uma dentre três consoantes: n, r e s (ni, rô e sigma) Além do mais, não se supõe que a escrita contínua apresentasse dificuldades excepcionais na hora da leitura, pois, na antigüidade, aparentemente era costume ler em voz alta, mesmo quando se estivesse sozinho. Assim, apesar da inexistência de espaço entre as palavras, ao pronunciar, sílaba por sílaba, o que estava lendo, a pessoa logo se acostumava a ler o texto em escrita contínua”. 62/13
Divisões
LIVROS (veja pp. 38, 39). 2C.
CAPÍTULOS
As primeiras divisões foram feitas em 586 a.C, quando o Pentateuco foi dividido em 154 partes (sedarim).
Cinqüenta anos depois foi secionado em mais 54 divisões (paraslú-yyoth) e em 669 segmentos menores, para facilitar a localização de referências. Essa divisão era usada num ciclo de leitura durante um ano.
Os gregos fizeram divisões por volta de 250 A.D. O mais antigo sistema de divisão de capítulos data de aproximadamente 350 A.D., nas margens do códice “Vaticano”. 62/22 Geisler e Nix informam que “não foi senão no século treze que essas seções foram mudadas… Estêvão Langton, um professor da Universidade de Paris e, posteriormente, arcebispo de Cantuária, dividiu a Bíblia no atual sistema de capítulos (cerca de 1227 A.D.)”. 32/231, 232
VERSÍCULOS
Os primeiros sinais indicativos de versículos variavam desde espaços entre palavras até letras ou números. As primeiras divisões padronizadas de versículos sugiram por volta de 900 A.D.
A Vulgata Latina foi a primeira Bíblia a incorporar tanto a divisão de versículos como a de capítulos, tanto no Antigo como no Novo Testamento.
Extraído do livro EVIDÊNCIA QUE EXIGE UM VEREDITO, Josh McDowelI
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