quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Drogas em um conto infantil

O menino de oito anos procura seu pai e lhe diz: - Paiê, eu posso te fazer uma pergunta? - Claro que sim meu toquinho de amarrar carrapato de bode (o Pai lhe chamava assim em tom de brincadeira, pois dizia que o menino era tão miudinho que a expressão “toquinho de amarrar bode” não fazia jus ao seu pequeno tamanho).


- É que eu estava na escola, e ouvi uns meninos falando sobre algo... Fiquei curioso e resolvi perguntar ao Senhor... É que eles estavam falando sobre drogas. Eram os guris do último ano. Falavam em festas e drogas. Como a professora e o senhor sempre dizem que as drogas são ruins, e eles estavam falando como se fosse algo bom, fiquei com algumas dúvidas...

- Filho. Vamos fazer uma brincadeira que talvez lhe ajude a entender este assunto, ok? Vamos brincar de se esconder. Você gosta dessa brincadeira não gosta?

- Adoro Pai. Mas... Depois o senhor me explica mais sobre as drogas?

- Pode deixar. Agora você fecha seus olhos e conta até dez.

A criança foi contando toda sorridente, pois aquela brincadeira era uma de suas preferidas. Ao terminar de contar, o menino abre os olhos todo feliz e para sua surpresa, percebe que a sala está totalmente escura. Era noite, e com a luz desligada não se podia enxergar nada. Como ele tinha medo do escuro, começou a se apavorar.

- Pai, cadê o senhor? Estou com medo, Pai! (o menino começou a soluçar um choro triste).

Neste momento seu pai pega-o em seus braços e lhe diz:

- Filho, as drogas são assim, elas se parecem uma brincadeira divertida, com a promessa de nos deixar felizes. Mas, com o passar do tempo nos percebemos na mais completa escuridão. Sozinhos. Perdidos. Com medo e infelizes. No inicio as drogas parecem uma coisa boa, é geralmente assim que se convence alguém a entrar neste mundo, muitas vezes sem saída. Um mundo que só nos traz sofrimento. Espero que tenha conseguido fazer você entender o que as drogas fazem, e porque muitos se iludem achando que elas são boas.

- Acho que sim Pai. (o menino dizia isto ainda meio choroso, abraçado ao Pai, com os olhos molhados de lágrimas).

A luz é novamente acessa, e um pai dedicado espera que, apesar do susto, sua explicação tenha clareado as dúvidas de seu filho, para que no futuro ele não se perca como tantos outros, na escuridão do vício


Autor: Antonio Brás Constante

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