quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Quem escreveu o quarto evangelho?


Durante anos li os mais importantes comen­tários que existem a respeito do Evangelho de João. Até hoje, honestamente falando, nenhum ­deles apresentou qualquer evidência interna de que o Quarto Evangelho foi escrito por João.




Os maiores doutores em Teologia e Litera­tura, simplesmente usam o chamado "argumento ­de autoridade", para dizerem: "Não há sombra dúvidas que o quarto evangelho foi escrito pelo apóstolo João." Citam a tradição oral e as deduções puramente lógicas e teológicas, mas se esquecem do prin­cipal: o próprio texto bíblico.

Todos os grandes estudiosos do grego sabem que o quarto Evangelho foi escrito em uma lingua­gem muito erudita e escorreita, incompatível com a cultura de um simples pescador como o era João. Existe um consenso entre muitos estudio­sos da BÍBLIA que o "discípulo amado" de Jesus ­seria o apóstolo João. Muitos deles afirmam ser João tal apósto­lo, porque é como se ele usasse tal expressão por motivo de modéstia.


Analisando mais detidamente o Evangelho de João, podemos inferir ser outro e não João, o discípulo por quem Jesus demonstrava um amor tão especial.


No quarto Evangelho, Capítulo 11, Versículos 3 e 5, lemos:

"Mandaram-lhe pois suas irmãs dizer: Senhor, eis que está enfermo AQUE­LE QUE TU AMAS. Ora, Jesus AMAVA a Mar­ta, e a sua irmã e A LÁZARO."

Eis, pois, declarado, quem era o discípulo a quem Jesus amava: Lázaro. Não existe qualquer evidência interna ou externa que nos impeça de acreditar que Lázaro tam­bém estava assentado ao lado de Jesus durante a última Páscoa.

A BÍBLIA diz no Capítulo 12 do quarto Evangelho que Jesus assentou-se à mesa com os doze, mas silencia a respeito de quem mais estaria com ele. Será que os discípulos e irmãs que acompa­nhavam Jesus, inclusive ajudando o seu ministério com seus próprios bens, deixariam de ser convida­dos para tão importante acontecimento? No relato desse evento, lemos:
 "Ora um de seus discípulos, AQUELE A QUEM JESUS AMA­VA, estava reclinado no seio de Jesus."

Observamos que o evangelista não falou "apóstolo", mas "discípulo". É claro que, pelo contexto e por todas as evidências internas era Lázaro o discípulo a quem Jesus amava de uma forma especial. Tenho certeza que foi ele que se reclinou junto a Jesus e, sendo um confidente do Senhor, perguntou: "Senhor, quem há de te trair?"

No quarto Evangelho 18:15 lemos: "E Si­mão Pedro e outro discípulo seguiam a Jesus. E este discípulo era conhecido do sumo sacerdote, e entrou com Jesus na sala do sumo sacerdote." João era um simples pescador do Mar da Galiléia, enquanto Lázaro era aparentemente um homem de grande importância, respeitado pelos judeus, conforme o quarto Evangelho 11: 19,31,33,36,45:
"E muitos dos judeus tinham ido consolar a Marta e a Maria, acerca do seu irmão.

"Vendo pois os judeus, que estavam com ela em casa e a consolavam, que Maria apressada­mente se levantara e saíra, seguiram-na, dizendo: Vai ao sepulcro para chorar ali."

"Disseram pois os judeus: VEDE COMO O AMAVA!"

"Muitos pois dentre os judeus, que tinham vindo a Maria, e que tinham visto o que Jesus fize­ra, creram nele."


Será que era João o amigo do sumo sacer­dote que permitiu a entrada de Pedro na própria casa daquele, ficando no pátio? Um simples pescador, seguidor de Jesus, tinha assim tal amizade com a suprema autoridade do povo judeu? Não é muito mais lógico inferir que o ami­go do sumo sacerdote era alguém da sua classe, al­guém que, ao morrer, teve a visita deles, porque pertencia à alta sociedade dos judeus? Veja o que diz a BÍBLIA sobre o conceito de que ele gozava:

"Muitos dentre os judeus tinham vindo ter com Marta e Maria, para as consolar a respeito de seu irmão." (IV Evangelho 11: 19).

É claro que alguns dos principais sacerdotes posteriormente pensaram até em matar Lázaro, mas só não o fizeram por causa do seu grande prestígio e amizade que tinha com o sumo sacerdote. (IV Evangelho 12:10).

Quando Jesus estava na cruz, encontramos outro relato que se refere ao discípulo "A QUEM ELE AMAVA". Leiamo-lo:

"Ora Jesus, vendo ali sua mãe e que O DIS­CÍPULO A QUEM ELE AMAVA estava presen­te, disse a sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho. De­pois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe. E desde aquela hora o discípulo a recebeu em sua casa." (Quarto Evangelho 19 :26,27).

A quem Jesus confiaria o cuidado de sua mãe? Confiaria a um apóstolo que recebeu a incumbência de ir por todo o mundo, ou de ir a todas as nações, conforme os relatos de Marcos e de Mateus, ou a um homem de vida sedentária como era Lázaro, o qual tinha uma casa estabelecida em Betânia.

A quem Jesus confiaria sua mãe? A João, que seria deportado para a ilha chamada Patmos onde ficaria em situação instável, ou a Lázaro que tinha uma situação financeira estável? Se a BÍBLIA diz claramente que os discí­pulos mais chegados de Jesus, os apóstolos, fugi­ram, como João estaria ali perto da cruz? Não é muito mais evidente que quem esta­va perto da cruz era aquele que devia a vida a Jesus duas vezes?

No relato da ressurreição, no Capítulo 20 do quarto Evangelho, novamente encontramos a referência ao "outro discípulo A QUEM JESUS AMAVA". (v.2). Pedro entrou primeiro no sepulcro e ficou observando os lençóis e o lenço que tinha estado sobre a cabeça de Jesus. Quando o outro discípulo entrou, ele VIU E CREU (v.8). Por que? Quem mais estava tão fa­miliarizado com aquele portentoso milagre de ressurreição, a não ser o próprio Lázaro, que fora res­suscitado também?

No final do quarto Evangelho, descobri­mos algo que traz mais provas a respeito de Lázaro ser o "discípulo amado" e não João: Vejamos:

"E Pedro, voltando-se, viu que o seguia AQUELE DISCÍPULO A QUEM JESUS AMA­VA e que na ceia se recostara também sobre o seu peito, e que dissera: Senhor, quem é o traidor? Ven­do-o, pois, Pedro perguntou a Jesus: E quanto a este? Disse-lhe Jesus: Se eu quero que ele fique até que eu venha, que te importa a ti? Segue-me tu. "Divulgou-se pois entre os irmãos este dito, que aquele discípulo NÃO HAVIA DE MOR­RER..." (Quarto Evangelho 21:20-23).

A respeito de quem poderia ser divulgado tal dito de que não haveria de morrer? A respeito de João, sem qualquer conotação especial para isto, ou a respeito de Lázaro que havia morrido e que tinha sido RESSUSCITADO?!


Depois de todas estas considerações, pode­mos ainda inferir algo mais tremendo ainda. O evangelho de Marcos foi escrito por alguém que não pertencia ao chamado "colégio apostólico". O mesmo sucede com Lucas. O evangelho atribuído a João não poderia ter tido o mesmo destino?

Em nenhum lugar do evangelho é citado o nome do apóstolo João. Aliás, em nenhum versículo do quarto Evangelho encontramos o ter­mo "apóstolo". Não seria uma evidência de que o escritor foi um discípulo daqueles que seguiam ao Mestre e não um dos doze?

A única evidência interna apresentada por doutos exegetas a respeito da autoria de João é o versículo 24 do Capítulo 21: "Este é o discípulo que testifica destas coisas." Este quem?


Não poderia e não existe toda a possibili­dade de ter sido Lázaro o autor do quarto Evange­lho? É claro que sim. E que importância teria tal descoberta? Simples e unicamente o desejo de co­nhecer cada vez mais e melhor o texto sagrado, nossa única regra de fé e de prática.




Do livro: O que a Bíblia NÃO DIZ...mas muitos pregadores e mestres dizem!
Paulo de Aragão Lins




8 comentários:

  1. Muito interessante, estes argumentos, até porque se foi Lazaro ou João só mudaria algumas coisas em questão de sabermos quem Jesus amava e quem cuidou de Maria e claro o autor do evangelho, mas do resto, não altera em nada a obra grandiosa que nosso mestre realizou, claro se for verdade tudo que pudermos esclarecer é bom.

    ResponderExcluir
  2. Responda meus e-mails, senhor peixe. :?

    ResponderExcluir
  3. Muito interessante, gostei do seu post, se realmente esses doutos exegetas fossem concertar a historia dos quatro evangelhos, o 4º seria o evangelho segundo escreveu Lazaro.

    ResponderExcluir
  4. "Apenas para esclarecimento, Na escritura hebraica do novo testamento=bryt hadasha=aliança renovada...o titulo dos 4 evangelhos é a bessorah=boa nova-de yahshuah.
    Escrita por Mattytiahu=mateus...Marcos...Lukas...e yahonam=joão...Quando traduziram a brit hadashah para o grego koinê já no terceiro seculo...colocaram evangelho que no grego seria boas novas...aí mudaram muita coisa, inclusive o nome do messais eles mudaram de yahshuah para jesus, para combinar com cruz e luz!!! imaginem o que foi que fizeram com a Escritura através dos cerca de 1500 anos que ela ficou presa na mitologia greco-romana e por ultimo no vaticano; para depois sair para o mundo. Sabiam que todas as Biblias no planeta terra foram traduzidas da vulgata latian de jeronimo e por padres da besta 666? Não!!! tomem cuidado meus caros, a besta mudaria os tempos e a lei e lançaria a verdade por terra e seria prospera nesse trabalho...Danyahu=Daniel 7,25 e 8,11-15 e refs...quantas mudanças!!!
    shalom em yahshuah o unico nome que salva!!!

    ResponderExcluir
  5. Tenho certeza que Deus é maior do que tudo. Portanto, Ele não nos deixaria enganados.Ele levantaria alguém para retirar uma possível mentira que pudesse haver na bíblia. Ele não levantou Lutero? Por que se não foi João, a bíblia mente e o Pai da Mentira não é Jesus, dono da Verdade.
    E quanto a capacidade da literatura, lembrem-se, quem inspirou João foi o Espírito Santo. Dono da melhor literatura, criador.... criativo...
    Tenho aprendido a acreditar na bíblia como sagrada, da capa a contracapa.
    Abraços a todos

    ResponderExcluir
  6. @Marialda Barreto Costa

    Em lugar algum está escrito na bíblia que João foi o autor do quarto evangelho. Devemos lembrar sempre que os títulos dos livros bíblicos e os comentários no rodapé NÃO fazem parte dos escritos originais, estes títulos ex: "evangelho de João", foram acrescentados pelos tradutores ao longo do tempo. Coisa de teólogo que nunca foi contestado.
    De qualquer forma, o importante é que este evangelho tenha chegado em nossas mãos.

    Fique na paz do Senhor!

    ResponderExcluir
  7. A Paz do Senhor!

    Pelo que entendi, sua tese se baseia unicamente no argumento do evangelho referir-se ao "discípulo"e não ao "apóstolo" a quem Jesus amava, o que eu particularmente considero um argumento frágil, já que um apóstolo necessariamente é um discípulo, assim como foram. Quero lembrá-lo também que nos evangelhos os apóstolos eram chamados de discípulos e não de apóstolos. Outro fato a ressaltar é que no último versículo o escritor disse que havia muitos milagres de Jesus que não foram relatados no livro, pois eram muitíssimos. Bem sabemos que Lázaro não acompanhou Jesus durante todo o seu ministério terreno, ao passo que João sim. Logo podemos deduzir que Lázaro não poderia ter testemunhado todos esse milagres, já João sim.

    Apesar de não concordar com sua teoria, como já expressei, admiro sua dedicação em estudar a palavra de nosso Senhor. Que Deus o conserve assim.

    ResponderExcluir
  8. para mim fica cada vez mais claro que se trata de Maria de Madalena o discípulo que Jesus mais amava e que estava mais presente e próximo a Jesus mas para uma época de regime patriarcal machista como a Igreja católica era inaceitável

    ResponderExcluir

Deixe registrado sua opinião. Mas evite palavrões e ofensas, assim seu comentário não correrá o risco de ser moderado.